domingo, 21 de dezembro de 2008

"Coca para os ricos, Cola para os Pobres"

Galera , e ae como vão as coisas? Hoje eu estou em Recife pra rever meus pais e como faço todo fim de ano, procuro um show aqui na terrinha pra ver o que tá rolando de novo. Acabei de voltar do show que teve na Universidade federal de Pernambuco ( UFPE ) que foi muito legal ( e de Graatis!!!:D).

Eu cheguei lá e tava começando um grupo de maracatu, que é uma musica tipica daqui com muitos tambores e que retratam a cultura local. Foi bem interessante mas na verdade eu sempre achei esses shows meio esquisitos porque as letras se repetem muito, tipo: " Subi o rio pra ouvir meu tambor tocar... ( Coro de mulheres repetem)... Subi o rio pra ouvir meu tambor tocar..., isso dura umas 4 á 6 repetições dependendo do apito. Ahh o apito é do camarada que fica só tocando caixa ( Igual a de uma bateria normal ), é no apito dele que os percursionistas sabem a hora de parar ou mudar a batida. bom sou leigo nisso mas.. todo caso... foi muito interessante. Depois entrou a banda Volver, que é tipo indie rock, beatles e jovem guarda. Só que antes disso, durante a montagem do palco para a banda, um maluco entrou e pegou o microfone pra divulgar o lançamento de um livro de poesias que ocorrerá dia 09 de janeiro, numa livraria daqui. Para dar um "tease" do livro ele lanço a frase: " Coca para os ricos, cola para os pobres". Todos aplaudiram e eu nunca tinha escutado nada do tipo hehe! - Ele me parecia bem louco...

O show foi muito bom e a Volver mandou super bem, acho só que a guitarra solo tava muito alta ficando, fora do nível que a banda havia passado som, com certeza. Tinha muita gente e como uma festa universitária que se preze a parada aconteceu na frente de um lago num gramado mesmo. Sobre isso que eu queria comentar, na verdade.

O que mais fiquei de cara é com a estrutura que montaram pro pessoal. Esses shows ainda eram os primeiros e a noite seria encerrada com Wander Wildner. Para isso existia um palco que ficava na frente do lago que tinha um equipamento muito bom ( JCM 900, Roland Jazz Chorus, Retorno JBL, Mesa Mackie , só coisa boa), tecnicos de som e iluminação muito bem montados e sem miséria mesmo. Mas esse era o menor palco, o maior, ficava no gramadão que ai tinha além de tudo isso, um telão pra galera acompanhar o show. Ai eu me pergunto:

Como que essa estrutura pode ser possível num ambiente universitário publico , sem cobrança de ingresso e com grandes musicos?.

Eu acho que a resposta é a visão de que algumas cidades compartilham a respeito da cultura. Em Campinas, temos que praticamente pagar do bolso para montar um festival desse nível, isso se tivermos acesso á um espaço como esse que é muito dificil, haja vista que shows são tidos como grande foco de problemas e não de propagação cultural.

Esse show de hoje em Recife faz parte de um programa que se chama "domingo no Campus", onde várias atrações são trazidas durante os domingos do ano todo, como banca de venda de pinturas, artesanato, bebidas, comida e etc. Vendia Cerveja e nem por isso teve briga. Guardas da Universidade patrulhavam e cuidavam dos veiculos estacionados, dando uma maior segurança ao evento. Você pode dizer: " ahh mas tem patrocinio" . Pode até ter, mas eu não vi nenhuma propaganda no evento , nem de bebida, nem de nada. Somente da própria produção do evento.

Eu escrevi isso pra trazer á tona algumas coisas que a nossa região, cheia de Universidades, poderia se espelhar e talvez tentar mudar a visão de quem cuida, ou melhor, conduz a cultura e a musica independente na região de Campinas-SP. Grande Abraço a todos. Raphael Castro

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